
Olhou para o fundo da sala e, com algum desapontamento, não se conseguia mover do chão para a porta. Trazia a cabeça pesada, as paredes ondulavam e Lydia mergulhava na alcatifa verde absorvida dolorosamente para o escuro, o esquecimento, o nada, sem conseguir gritar.
Ouvia vozes rápidas e ininteligíveis, sentia alguém perto que depois fugiu – quem era? Correu para apanhar o vulto desaparecendo entre as circunferências amarelas que se desfaziam como espuma na atmosfera. Estava a sonhar - sabia-o. E sem nenhum prazer, corria num fundo sombrio, depois branco, muito branco, com o seu olhar focando a perspectiva rasa dos seus próprios pés, alternados, de trás para a frente, fugindo agora do mesmo vulto que antes perseguira, ainda enjoada, com vontade de acordar antes que vomitasse na alcatifa.
Nem sabia porque estava preocupada com a alcatifa se, na verdade, estava a sonhar. Mas sentia-se bem melhor: o vulto tinha desaparecido e já não se sentia enjoada, apenas um pouco frágil e dormente.
Olhou para o pátio, havia laranjas no chão, era de tarde - talvez domingo - e Teresa estava de costas, sentada num banco e em cuecas - adivinhava-se que descascava laranjas enquanto que um cão, nítido e nervoso, amontoava as cascas num canto. Lydia foi ter com Teresa. Mas quando olhou directamente para o seu rosto, Teresa tinha as mãos cobrindo as lágrimas.
Depois Teresa retirou as mãos do rosto e via-se-lhe os olhos húmidos, o rosto pálido, olhando directamente para os olhos de Lydia, como se a quisesse acusar de alguma coisa. Ficaram assim alguns momentos. Lydia sentiu o pêlo do cão deslizar por entre as suas pernas, sentiu o focinho húmido a farejar-lhe a pele até que depois o viu, rigidamente sentado, ao lado de Teresa, ainda marcada de lágrimas olhando para Lydia com o mesmo aspecto de acusação.
- Sabes porque estou aqui, não sabes? – Perguntou Teresa, rasgando o silêncio. – Ando à procura da semente que tu e o vulto esconderam durante todo este tempo. Onde está?... Afinal sou tua mãe, porque me escondes estas coisas, filha? Estou tão triste, tão só… Quero a minha semente.
Lydia nem sabia de que semente Teresa falava. E porque dizia ela que era sua mãe? Estava transtornada agora. Sentia-se nervosa, as pernas tremiam, Teresa olhava-a e o cão ao lado, ainda rígido, como se a quisesse proteger.
A consciência de Lydia parecia torcer o rosto de Teresa. « Devo estar a sonhar», pensou. «Seja o que for, a Teresa não é minha mãe. Nem minha mãe nem coisa nenhuma. Quem é esta mulher que está aqui a acusar-me de ter escondido a semente? Que semente? Um vulto? O único vulto que de que me lembro estava neste sonho. Perseguia-o, perseguia-me. Aconteceu a momentos atrás e metia-me medo.»
Ouvia vozes rápidas e ininteligíveis, sentia alguém perto que depois fugiu – quem era? Correu para apanhar o vulto desaparecendo entre as circunferências amarelas que se desfaziam como espuma na atmosfera. Estava a sonhar - sabia-o. E sem nenhum prazer, corria num fundo sombrio, depois branco, muito branco, com o seu olhar focando a perspectiva rasa dos seus próprios pés, alternados, de trás para a frente, fugindo agora do mesmo vulto que antes perseguira, ainda enjoada, com vontade de acordar antes que vomitasse na alcatifa.
Nem sabia porque estava preocupada com a alcatifa se, na verdade, estava a sonhar. Mas sentia-se bem melhor: o vulto tinha desaparecido e já não se sentia enjoada, apenas um pouco frágil e dormente.
Olhou para o pátio, havia laranjas no chão, era de tarde - talvez domingo - e Teresa estava de costas, sentada num banco e em cuecas - adivinhava-se que descascava laranjas enquanto que um cão, nítido e nervoso, amontoava as cascas num canto. Lydia foi ter com Teresa. Mas quando olhou directamente para o seu rosto, Teresa tinha as mãos cobrindo as lágrimas.
Depois Teresa retirou as mãos do rosto e via-se-lhe os olhos húmidos, o rosto pálido, olhando directamente para os olhos de Lydia, como se a quisesse acusar de alguma coisa. Ficaram assim alguns momentos. Lydia sentiu o pêlo do cão deslizar por entre as suas pernas, sentiu o focinho húmido a farejar-lhe a pele até que depois o viu, rigidamente sentado, ao lado de Teresa, ainda marcada de lágrimas olhando para Lydia com o mesmo aspecto de acusação.
- Sabes porque estou aqui, não sabes? – Perguntou Teresa, rasgando o silêncio. – Ando à procura da semente que tu e o vulto esconderam durante todo este tempo. Onde está?... Afinal sou tua mãe, porque me escondes estas coisas, filha? Estou tão triste, tão só… Quero a minha semente.
Lydia nem sabia de que semente Teresa falava. E porque dizia ela que era sua mãe? Estava transtornada agora. Sentia-se nervosa, as pernas tremiam, Teresa olhava-a e o cão ao lado, ainda rígido, como se a quisesse proteger.
A consciência de Lydia parecia torcer o rosto de Teresa. « Devo estar a sonhar», pensou. «Seja o que for, a Teresa não é minha mãe. Nem minha mãe nem coisa nenhuma. Quem é esta mulher que está aqui a acusar-me de ter escondido a semente? Que semente? Um vulto? O único vulto que de que me lembro estava neste sonho. Perseguia-o, perseguia-me. Aconteceu a momentos atrás e metia-me medo.»
- Teresa, tu não és a minha mãe.
Lydia via o rosto de Teresa a gritar-lhe. O cão ladrava agora, furioso, levantando o focinho para que Lydia lhe pudesse ver os olhos e os dentes. Embora não ouvisse nenhum ruído, como se estivesse do lado de lá, de repente o lugar à sua volta rodopiava num barulho insuportável: os gritos de Teresa, «eu sou tua mãe», a semente, o vulto, o cão a ladrar irrequieto, sobretudo a acusação e o absurdo. Pensou que estava a enlouquecer ao mesmo tempo que se sentia nos braços de alguém que não conseguia ver. Onde estava? O que me está a acontecer? Quem sou?
Um sono profundo capturou-a. Os gritos eram agora ecos que se desfaziam entre uma imagem negra, uma atmosfera muito escura e fria que a envolvia. Levitava.
Deixava de pensar, de sentir, esquecia-se de si mesma; tudo se desfragmentava enquanto a realidade se dissipava fazendo evaporar o sonho, as emoções, os sentidos; fazendo evaporar qualquer crepitação de ruído, algum vestígio de imagem, de pensamento ou de sensação, apenas um vazio sobre a escuridão, e o silêncio. O silêncio.
Quando abriu os olhos, viu uma luz branca e obliqua perfurando o espaço. Cheirava a hospital, vultos brancos moviam-se, havia barulhos de máquinas gravitando no ar. Um rosto do alto vigiou-lhe os olhos, fez-lhe algumas perguntas e, à medida que Lydia respondia a sua consciência tornava-se mais clara. As formas equilibravam-se agora com o entendimento. Tudo se tornava mais lúcido embora ainda não tivesse percebido bem o que acontecera. «Quando é que o meu pai chega?», quis perguntar. Mas o enfermeiro colocou-lhe um comprimido amargo na boca que a fez voltar a adormecer,
Mais de um dia se passou, talvez se tenham passado dois ou três, sempre com visitas de enfermeiros que a entretinham e a animavam naquele lugar clandestino do mundo. Quando estava sozinha, tentava recompor a memória exacta do que se tivera sucedido. Reconstruía peça por peça a realidade e, aos poucos, a sua consciência deixava-a no mesmo ponto onde ela tivera ficado.
Quando o pai chegou, já Lydia reconstruíra a mesma expressão acabrunhada de alguns dias atrás. O pai abriu a porta, Lydia olhou-a de alto a baixo e parecia anoitecer lá fora. As luzes delicadas e ténues das lâmpadas quase não a deixavam visualizar o pai. Apenas um esboço incompleto do pai à porta. Um esboço extático e sem rosto.
Um leve odor de comida movia-se no ar e isso deixava-a extremamente solitária naquele quarto. O pai estava parado à porta e ela sentia vontade de voltar a nascer de novo. Ouviu o bater brando da porta e olhou à sua volta. Estava no seu quarto. Ali estava o seu quarto, a sua cama, os papéis na secretária, o corpo pousado na cama, lânguido e estendido.
Olhou de novo o pai. Agora já lhe avistava o rosto. Ele deu breves e demorados passos e sentou-se na berma da cama. Olhou-o nos olhos por uma grande quantidade de tempo e em silêncio. A imagem do rosto do pai estava trémula e por vezes desfocada. O pai olhava-a, perscrutando os traços do seu rosto, enquanto Lydia sentia algumas lágrimas na face que não conseguia conter, cada vez mais soluçantes, deixando-a sem forças para dizer o quer que fosse.
O pai com a ponta dos dedos limpou-lhe as lágrimas e deslizou os dedos pelas linhas onduladas do rosto de Lydia. Ela sentia os dedos moverem-se pelos olhos, escorregando pela face, pelo queixo, e muito levemente, pela boca, desenhando os contornos dos lábios com uma ternura inexplicável.
- Está tudo bem Lydia, não te preocupes. Estamos salvos.
Quando o pai saiu, Lydia virou-se para o lado da mesinha de cabeceira e viu pousado um retrato de quando era criança. A imagem transmitia uma sensação de felicidade imensa. «Era tão feliz nesta altura», pensou.
Levantou-se da cama, abriu a porta e andou em pés descalços ao longo do corredor. Alguns enfermeiros andavam mudos de um lado para o outro e havia pessoas estranhas que não conhecia de lado nenhum que deambulavam pelo corredor e que depois se perdiam por uma sala ampla, quase vazia, que tinha uma televisão acesa e sem som.
Lydia foi-se sentar perto de uma senhora velha que olhava para a janela num canto mais escuro da sala. Olhou-a por uns instantes e depois disse:
- Quero ir-me embora. Por acaso sabe-me dizer como faço?
A velha começou-se a rir as gargalhadas e Lydia teve vontade de lhe dar uma bofetada. Mas depois a velha calou-se e cobriu o rosto com uma pose séria, como se lhe fosse dar um conselho
- Lydia, Lydia, para onde é que tu queres ir? Esta é a nossa casa há muito tempo. Somos loucas, ou pelo menos, é assim que somos tratadas – mulheres que ao longo da vida enlouqueceram. Eu sei que às vezes é difícil permanecer aqui tanto tempo, tomando comprimidos que por vezes não nos deixam melhores.
- Mas porque motivo estou aqui? Eu não estou louca… O que aconteceu para acharem que enlouqueci? Apenas quero voltar para casa e contar tudo à minha mãe.
- Há quantos anos já estás aqui? Há quantos anos ninguém te vem visitar? Olha bem para ti, estás quase tão velha quanto eu. Para onde queres ir agora? Deixa-te estar aqui que estás melhor. Estamos presas neste hospital, mas pelo menos morreremos sossegadas.
Lydia via o rosto de Teresa a gritar-lhe. O cão ladrava agora, furioso, levantando o focinho para que Lydia lhe pudesse ver os olhos e os dentes. Embora não ouvisse nenhum ruído, como se estivesse do lado de lá, de repente o lugar à sua volta rodopiava num barulho insuportável: os gritos de Teresa, «eu sou tua mãe», a semente, o vulto, o cão a ladrar irrequieto, sobretudo a acusação e o absurdo. Pensou que estava a enlouquecer ao mesmo tempo que se sentia nos braços de alguém que não conseguia ver. Onde estava? O que me está a acontecer? Quem sou?
Um sono profundo capturou-a. Os gritos eram agora ecos que se desfaziam entre uma imagem negra, uma atmosfera muito escura e fria que a envolvia. Levitava.
Deixava de pensar, de sentir, esquecia-se de si mesma; tudo se desfragmentava enquanto a realidade se dissipava fazendo evaporar o sonho, as emoções, os sentidos; fazendo evaporar qualquer crepitação de ruído, algum vestígio de imagem, de pensamento ou de sensação, apenas um vazio sobre a escuridão, e o silêncio. O silêncio.
Quando abriu os olhos, viu uma luz branca e obliqua perfurando o espaço. Cheirava a hospital, vultos brancos moviam-se, havia barulhos de máquinas gravitando no ar. Um rosto do alto vigiou-lhe os olhos, fez-lhe algumas perguntas e, à medida que Lydia respondia a sua consciência tornava-se mais clara. As formas equilibravam-se agora com o entendimento. Tudo se tornava mais lúcido embora ainda não tivesse percebido bem o que acontecera. «Quando é que o meu pai chega?», quis perguntar. Mas o enfermeiro colocou-lhe um comprimido amargo na boca que a fez voltar a adormecer,
Mais de um dia se passou, talvez se tenham passado dois ou três, sempre com visitas de enfermeiros que a entretinham e a animavam naquele lugar clandestino do mundo. Quando estava sozinha, tentava recompor a memória exacta do que se tivera sucedido. Reconstruía peça por peça a realidade e, aos poucos, a sua consciência deixava-a no mesmo ponto onde ela tivera ficado.
Quando o pai chegou, já Lydia reconstruíra a mesma expressão acabrunhada de alguns dias atrás. O pai abriu a porta, Lydia olhou-a de alto a baixo e parecia anoitecer lá fora. As luzes delicadas e ténues das lâmpadas quase não a deixavam visualizar o pai. Apenas um esboço incompleto do pai à porta. Um esboço extático e sem rosto.
Um leve odor de comida movia-se no ar e isso deixava-a extremamente solitária naquele quarto. O pai estava parado à porta e ela sentia vontade de voltar a nascer de novo. Ouviu o bater brando da porta e olhou à sua volta. Estava no seu quarto. Ali estava o seu quarto, a sua cama, os papéis na secretária, o corpo pousado na cama, lânguido e estendido.
Olhou de novo o pai. Agora já lhe avistava o rosto. Ele deu breves e demorados passos e sentou-se na berma da cama. Olhou-o nos olhos por uma grande quantidade de tempo e em silêncio. A imagem do rosto do pai estava trémula e por vezes desfocada. O pai olhava-a, perscrutando os traços do seu rosto, enquanto Lydia sentia algumas lágrimas na face que não conseguia conter, cada vez mais soluçantes, deixando-a sem forças para dizer o quer que fosse.
O pai com a ponta dos dedos limpou-lhe as lágrimas e deslizou os dedos pelas linhas onduladas do rosto de Lydia. Ela sentia os dedos moverem-se pelos olhos, escorregando pela face, pelo queixo, e muito levemente, pela boca, desenhando os contornos dos lábios com uma ternura inexplicável.
- Está tudo bem Lydia, não te preocupes. Estamos salvos.
Quando o pai saiu, Lydia virou-se para o lado da mesinha de cabeceira e viu pousado um retrato de quando era criança. A imagem transmitia uma sensação de felicidade imensa. «Era tão feliz nesta altura», pensou.
Levantou-se da cama, abriu a porta e andou em pés descalços ao longo do corredor. Alguns enfermeiros andavam mudos de um lado para o outro e havia pessoas estranhas que não conhecia de lado nenhum que deambulavam pelo corredor e que depois se perdiam por uma sala ampla, quase vazia, que tinha uma televisão acesa e sem som.
Lydia foi-se sentar perto de uma senhora velha que olhava para a janela num canto mais escuro da sala. Olhou-a por uns instantes e depois disse:
- Quero ir-me embora. Por acaso sabe-me dizer como faço?
A velha começou-se a rir as gargalhadas e Lydia teve vontade de lhe dar uma bofetada. Mas depois a velha calou-se e cobriu o rosto com uma pose séria, como se lhe fosse dar um conselho
- Lydia, Lydia, para onde é que tu queres ir? Esta é a nossa casa há muito tempo. Somos loucas, ou pelo menos, é assim que somos tratadas – mulheres que ao longo da vida enlouqueceram. Eu sei que às vezes é difícil permanecer aqui tanto tempo, tomando comprimidos que por vezes não nos deixam melhores.
- Mas porque motivo estou aqui? Eu não estou louca… O que aconteceu para acharem que enlouqueci? Apenas quero voltar para casa e contar tudo à minha mãe.
- Há quantos anos já estás aqui? Há quantos anos ninguém te vem visitar? Olha bem para ti, estás quase tão velha quanto eu. Para onde queres ir agora? Deixa-te estar aqui que estás melhor. Estamos presas neste hospital, mas pelo menos morreremos sossegadas.
Depois de uma pausa, finalizou
- Bem, agora se me permites, vou descansar.
Lydia olhou pela janela, podia ver os candeeiros iluminando o jardim lá em baixo. Avistava ao fundo pequenas luzes de casas distantes e quase sentia a brisa que estava lá fora enrolando-se no seu pescoço. Olhou para as suas mãos que estavam brancas e enrugadas. A alcatifa era verde, os enfermeiros faziam o seu serviço. A televisão era a mesma onde via as telenovelas e as paredes essas, com os mesmos quadros, a mesma melancolia. A atmosfera era a do costume e tudo, tudo lhe era agora mais familiar.
Dois enfermeiros colocaram-se do seu lado, como se a quisessem ajudar a andar, e levaram-na para o quarto. Deitaram-na, deram-lhe mais um comprimido azedo e despediram-se.
Lydia voltou a pegar no retrato, olhou o seu rosto infantil com um sorriso iluminado e sentiu que aquela imagem pertencia a um lugar longínquo, um lugar inalcançável. Virou o retrato e nas suas costas leu:
«Lydia, como o prometido, aqui está uma fotografia da tua infância. Penso que terá sido tirada no teu sétimo aniversário, estavas linda. Um beijo da tua mãe, Teresa».
Lydia olhou pela janela, podia ver os candeeiros iluminando o jardim lá em baixo. Avistava ao fundo pequenas luzes de casas distantes e quase sentia a brisa que estava lá fora enrolando-se no seu pescoço. Olhou para as suas mãos que estavam brancas e enrugadas. A alcatifa era verde, os enfermeiros faziam o seu serviço. A televisão era a mesma onde via as telenovelas e as paredes essas, com os mesmos quadros, a mesma melancolia. A atmosfera era a do costume e tudo, tudo lhe era agora mais familiar.
Dois enfermeiros colocaram-se do seu lado, como se a quisessem ajudar a andar, e levaram-na para o quarto. Deitaram-na, deram-lhe mais um comprimido azedo e despediram-se.
Lydia voltou a pegar no retrato, olhou o seu rosto infantil com um sorriso iluminado e sentiu que aquela imagem pertencia a um lugar longínquo, um lugar inalcançável. Virou o retrato e nas suas costas leu:
«Lydia, como o prometido, aqui está uma fotografia da tua infância. Penso que terá sido tirada no teu sétimo aniversário, estavas linda. Um beijo da tua mãe, Teresa».
Este talvez, fora dos textos mais bonitos e marcantes que alguma vez li. É dos textos que no momento não se dá muita importância, mas que depois à noite,quando estamos em silêncio, a história recomeça, desta vez apenas na nossa cabeça...
ResponderEliminarTenho a certeza que esta noite vai ser uma dessas. Amanhã dir-te-ei o que era a semente.
Beijinhos, Patrícia (: