
(Poderemos nós, decifrar à luz, os segredos que um coração esconde na sua intimidade? E para onde vamos nesta marcha inconstante, repleta de paradoxos existenciais e tambores que esmagam cada dia numa íntima justificação de contentamento? )
Olho para a massa que nos moveu até este poço e sinto uma angústia enorme por tudo o que não tive força de aprisionar, por tudo o que perpetuei atrás dos meus ombros, por tudo o que perdi numa repetição de figuras ilusórias que de nada me serviram e que permaneceram sempre bem no fundo do meu peito para personificarem a minha derrota, súbitas e ziguezagueantes pelas covas do meu caminho.
No entanto, sempre estive aqui diante das estrelas que desenhei no teu repouso. Sempre estive aqui na gestação dos versos que rolam pelo chão com o vento morno de Julho - aqueles versos emergentes de ardor que sempre nos impulsionaram à nossa transição de mundos para uma última fecundação nas órbitas da lua .
Sempre estive aqui com esta esperança aflita de que resistisses ao medo e ao vácuo que esta vida sopra só para nos assustar. Sempre estive aqui subindo e descendo as escadas, à tua procura, à procura da tua inundação de fulgor e de saliva. Sempre estive aqui, reunindo as palavras que o teu coração compõe, que o teu coração estremece, que o teu coração intensifica e prolonga na substância dos sonhos.
E agora, atravesso o quarto e os objectos são apenas objectos, a minha embriaguês é apenas um desencadeamento cru da minha solidão, sem qualquer moralidade nem aparência, apenas eu e a tua imagem desabitada, apenas eu e a cinza das minhas recordações.
Por isso é que desta vez não me levantei só para engolir o mar. Por isso é que desta vez não fui espreitar o céu cinzento nem me imaginei depois do infinito. Desta vez permaneci mudo diante os meus aliados e a noite vazia. Desta vez tive medo de te procurar nas falésias onde tu te escondes e brilhas. E a única certeza que trago, é a funda e visível certeza de que desta vez a lua não voltou.
Olho para a massa que nos moveu até este poço e sinto uma angústia enorme por tudo o que não tive força de aprisionar, por tudo o que perpetuei atrás dos meus ombros, por tudo o que perdi numa repetição de figuras ilusórias que de nada me serviram e que permaneceram sempre bem no fundo do meu peito para personificarem a minha derrota, súbitas e ziguezagueantes pelas covas do meu caminho.
No entanto, sempre estive aqui diante das estrelas que desenhei no teu repouso. Sempre estive aqui na gestação dos versos que rolam pelo chão com o vento morno de Julho - aqueles versos emergentes de ardor que sempre nos impulsionaram à nossa transição de mundos para uma última fecundação nas órbitas da lua .
Sempre estive aqui com esta esperança aflita de que resistisses ao medo e ao vácuo que esta vida sopra só para nos assustar. Sempre estive aqui subindo e descendo as escadas, à tua procura, à procura da tua inundação de fulgor e de saliva. Sempre estive aqui, reunindo as palavras que o teu coração compõe, que o teu coração estremece, que o teu coração intensifica e prolonga na substância dos sonhos.
E agora, atravesso o quarto e os objectos são apenas objectos, a minha embriaguês é apenas um desencadeamento cru da minha solidão, sem qualquer moralidade nem aparência, apenas eu e a tua imagem desabitada, apenas eu e a cinza das minhas recordações.
Por isso é que desta vez não me levantei só para engolir o mar. Por isso é que desta vez não fui espreitar o céu cinzento nem me imaginei depois do infinito. Desta vez permaneci mudo diante os meus aliados e a noite vazia. Desta vez tive medo de te procurar nas falésias onde tu te escondes e brilhas. E a única certeza que trago, é a funda e visível certeza de que desta vez a lua não voltou.
Li, reli e treli... fantástico!
ResponderEliminarUm abraço!
obrigada.
ResponderEliminar- texto lindo !
Bonito =)
ResponderEliminarE, eu ao ler-te senti em parte aquilo que descreves... ao procurares e, encontrares tudo vazio...são vidas são fases, as diferenças é que os vazios nunca se preenchem, deixando-nos de maos a abanar, num tempo numa hora e num tormento.
ResponderEliminarForça continua gostei.
Que bonito...que profundo...
ResponderEliminarUm abraço...
adorei, muito muito bom =)
ResponderEliminar"sempre estive aqui diante das estrelas que desenhei no teu repouso." *.*
Mas que escrita :$
ResponderEliminarMuito bonito!
ResponderEliminarFoi um prazer ter passado por aqui. Gostei de ler
ResponderEliminarBeijo
li duas vezes e a profundidade deste texto encantou-me. parabéns !
ResponderEliminarADOREI!!!(:
ResponderEliminarSensações e percepções descritas e sentidas com distinção.
ResponderEliminarAgradavelmente encantador.
Que bonito texto :)
ResponderEliminarobrigada por seguires (:
ResponderEliminarWow, que textão, Ivo :) Parabéns. Vou voltar cá *
ResponderEliminarPasso por cá regularmente. O blogue está a ganhar raízes que a terra agarra com os dentes. Hoje notei uma nuvem diferente pairando sobre a cidade (bela imagem, a propósito), mas a primavera não tinha mudado... para quando um novo texto? um abraço!
ResponderEliminarobrigado pelos comentarios e visitas, espero escrever um novo texto o mais breve quanto possivel...
ResponderEliminarGostei mesmo muito do textinho, Parabéns (:
ResponderEliminarVou seguir (:
Beijinho*
aqui é tudo muito real dentro da minha cabeça.
ResponderEliminaradorei. :)
texto muito bom ; gostei ! bom blog :) continua *
ResponderEliminarFascinou-me .
ResponderEliminarestou indecisa no que dizer sobre o texto. está bonito, mas deixa umas ideias no ar que podem gerar contradições, talvez.
ResponderEliminarcontinua a escrever.
selo para ti no meu blog, querida *
ResponderEliminarGosto do blog, do "look" dele principalmente!
ResponderEliminarBom trabalho (:
adoro o teu tipo de escrita, está lindo mesmo :)(estou a seguir)
ResponderEliminaruau :o adorei, vou seguir.te também :)
ResponderEliminarbeijinho*
nunca mais escreveste porquê? :o
ResponderEliminarescreves tao bem
Obrigada por seguires (:
ResponderEliminarAdorei *
obrigada por seguires *
ResponderEliminarque bonito o;
a foto está fantástica e o texto não fica atrás. obrigada por seguires:)
ResponderEliminarcada um de nos se identica a sua maneira com o k escreveste, pk todos nos ja nos entregamos de uma forma plena, mas tu tens a capacidade de transmitir isso no papel, algo k mt poucas pessoas têm esse dom, fazes o de uma forma, simples directa, mas k nos toca a alma, eu kase k consigo ler e sentir o k leio, faz um favor tá nao pares, continua sempre a escrever =) e da um miminho bom á tua musa =) ass: gatacas
ResponderEliminarMaravilhoso *.*
ResponderEliminarFiquei encantada com seu blog, você escreve super bem!!
ResponderEliminarestá lindo!
ResponderEliminarÉ tudo tão lindo e magico.
ResponderEliminarobrigada por seguires (:
ResponderEliminarobrigada por me seguires ;
ResponderEliminargostei imenso !:')
ResponderEliminarHá uma ano visitaste o meu blog.
ResponderEliminarTenho andado a ler o teu e estou encantada.
Gosto muito da tua maneira de escrever. Penso que é teu. Pois deverias pensar em compilares esses textos e escreveres um livro. Pensa numa coisa em grande...
Voltarei
Muito bonito, seu blog.
ResponderEliminarGostei, Ivo.
Abraço.
a solidão é baça ...nem sequer é transparente..
ResponderEliminargostei :)
bj
teresa
Wow... ainda bem que vim "cuscar" ;) pois adorei*** belos textos **
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